Psicóloga

Cuindando de quem cuida! Uma Dose Diária de Sol

Você já teve a oportunidade de assistir o dorama “Uma dose diária de sol?” É um ótimo
drama para falar sobre saúde mental, mas neste texto quero falar especificamente da
questão: cuidando de quem cuida.


Há uma personagem que se chama Jung Da Eun, ela é uma enfermeira que trabalha na
ala da psiquiatria em um hospital universitário, é uma profissional muito empática e
muito conectada aos seus pacientes, então está sempre muito atenta as suas dores e
seus problemas no dia a dia.


No entanto, chega um momento em que ela acaba adoecendo, mas não quer reconhecer
de inicio, não aceita que está doente, pelo contrário, acha que está super bem, fica
resistente ao tratamento e as sugestões de pessoas mais próximas para que se cuide.
Até que vai passando os dias e vai tendo experiências em que se dá conta que não
consegue mais ser como antes, já não tem a mesma energia e alegria que costumava ter.

Ela fica muito envergonhada e com medo do que as pessoas vão achar caso saibam que
não está bem. Mas depois de muita resistência, aceita ter um tempo cuidando de si e faz
o tratamento necessário, mas suas preocupações e incertezas tomam conta, fica muito
preocupada em como será sua volta para o trabalho e como terá que encarar as pessoas
com quem convivia.


Para pessoas que cuidam de alguém, pode ser muito difícil encarar o próprio
autocuidado, afinal, estão acostumadas a se doar e cuidar de um outro, muitas vezes
lhes falta consciência sobre suas próprias dores e sentimentos, talvez por medo de
julgamentos assim como a personagem ou por vergonha de lidar com esses
sentimentos.


A pessoa que cuida pode chegar a certo sofrimento e esgotamento emocional, devido a
sobrecarga, muitos podem naturalizar as suas dores, chegando ao não reconhecimento
e validação de suas emoções. Sentir tristeza, frustração, culpa e exaustão, podem ser
parte do processo, assim como querer ter um tempo para si, a experiência de cuidar
pode ser bem desafiadora, sobretudo quando envolve um ente querido, o que torna
mais propicio deixar seus sentimentos e necessidades pessoais de lado.


Segundo a Mayo Clinic, cuidadores relatam níveis mais altos de estresse do que pessoas
que não são cuidadoras, é importante lembrar que cuidadores também precisam de
cuidados. Alguns sinais podem servir de alerta em relação ao estresse ou dificuldades
de gerenciar esse cuidado, tais como preocupação constante, alterações no sono e no
apetite, mudanças de humor, dores físicas, cansaço frequente.


Pode ser difícil aceitar o autocuidado, talvez haja resistência por ter que refazer a rotina
ou ter um tempo para si, mas pensar em si, pedir ajuda profissional, buscar apoio, são
formas de proporcionar melhor cuidado para si e para o outro.
No caso de Jung Da Eun, seu adoecimento permitiu que desenvolvesse melhor seu
trabalho e o transformou em fonte de sabedoria para ajudar melhor os outros, ela
reconheceu suas feridas e aprendeu a trabalhar com elas construtivamente.

Por: Flavia Fauquet

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